quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um Conto, Dois Contos....



Última Avenida.


“Que saco de dia!” Pensava Leandro ao sair do trabalho, andava rápido, se pudesse até correria em direção ao seu automóvel. Na saída do estacionamento não respondeu o “boa noite” do porteiro, esse por sua vez apenas sorriu como sempre fazia, afinal de contas já estava mais do que acostumado com o modo apressado do chefe.
Aquela havia sido uma tarde do cão, o sistema caiu, dois empregados importantes faltaram e um dos clientes agendara uma reunião para reclamar do produto que não atendia as suas expectativas, tudo o que Leandro menos queria agora era passar duas horas parado no transito.
Cortou o maior numero de ruas e avenidas problemáticas que pode pelo caminho, agora só restava a ultima avenida e estava livre todo aquele estresse. Mas para sua infelicidade ao fazer a curva se deparou com um farol quebrado, que para muitos pode ser algo banal, mas naquela situação era o pior de todos os males, a sua frente se formava uma pequena fileira de carros que tentavam atravessar o cruzamento e não obtinham sucesso.
Nervoso e agitado pisava forte do acelerador aterrorizando a pobre moça a sua frente, forçando-a a procurar a mínima brecha para passar. Quando faltavam apenas dois veículos, uma ambulância, denominada por ele vinda do inferno, veio sem sua direção, à sirene soava desesperada as suas costas.

- Bando de safados! Como se eu não soubessem que sempre fazem isso para escapar do transito!

Mesmo com a insistência da ambulância, não lhe deu passagem até que estivesse livre do farol. Ainda maldizendo o motorista, chegou em casa e jogou a maleta no sofá, ao olhar para o lado percebera que havia esquecido o celular carregando na tomada, nele havia uma chamada não atendida de um numero desconhecido, antes que se desse o trabalho de procurar pelo dono, o celular tocou.

- Boa noite, senhor Silva?
- Sim é ele, quem deseja?
- Aqui é do Hospital Gregório Vianna. Estamos ligando para avisar sobre o falecimento de seu pai.
- Falecimento?
- Sim, a ambulância que o levava até o trazia não conseguiu chegar a tempo por causa de um farol quebrado, gostaríamos que viesse até aqui o mais rápido possível.

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Um comentário:

  1. Na correria do dia-a-dia fazemos muitas coisas erradas... Adorei a postagem *-* . BeijOos

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